sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O que é a melancolia?


A melancolia é este processo de amor pelo objeto perdido, onde não há nenhuma elaboração possível. Há uma espécie de fixação que faz com que você se vincule a uma cena, a uma situação, a um objeto, a uma pessoa, que não só não pode mais estar presente, mas que te joga em um tempo da inação, onde nenhuma ação é possível. Nenhuma ação é possível neste tempo porque é um tempo da ruína. O processo já se arruinou, então só lhe resta o ressentimento em relação ao que aconteceu, uma resignação em relação ao que aconteceu; e resignação nunca será superação, em hipótese alguma. Essas formas de resignação irão ganhar múltiplos desenvolvimentos. - Freud descreve isso de maneira fantástica, ele fala o que pode acontecer quando estamos numa situação de melancolia em relação ao objeto perdido. - Nós podemos simplesmente fazer com que este objeto seja internalizado no eu. E tudo se passa como se a sombra do objeto caísse no eu. Então o objeto que eu amava e que foi perdido ele é internalizado de uma certa maneira como se ele fosse o índice de uma reprimenda contínua, de mim contra mim mesmo, como quem diz: Como fui capaz de perdê-lo? Por que que eu o perdi? O quê que de fato aconteceu? Como eu posso ser tão ruim, tão inábil, tão incapaz, tão nada para poder deixar isso acontecer, para mim poder perder isso? Ou nestes processos de inversão - que são clássicos das discussões do Freud - nós podemos transformar isso numa agressividade contra o objeto: Como ele foi capaz de me deixar? Como ele foi capaz de ir embora? Como ele foi capaz de me trair? Como ele foi capaz de me enganar?
O que é interessante neste processo é que através de uma internalização, uma inação se gerencia. Uma situação de paralisia, de impotência, de fraqueza se constitui.
Essa figura clássica do melancólico que tem uma longa história, uma das figuras médicas mais antigas sempre foi caracterizada por essa forma patológica da paralisia. Essa forma patológica da impossibilidade do agir.

– Vladimir Safatle no "Café Filosófico: Melancolia no Poder".
A vida é isso, instantes, momentos. Ao falar isso, me vem à mente uma metáfora feita por Rubem Alves ao dizer que cada ano é como um palito de fósforo que se passou e não mais acenderá.
Como cantou Renato Russo "Temos nosso próprio tempo".
psicologiasdobrasil.com.br|Por Ícaro Henrique

domingo, 25 de setembro de 2016

Autossabotagem


As vezes somos a torcida do time adversário dentro de nós mesmos. Aquela vozinha chata e insistente que diz que não somos bons o bastante para fazer isso ou aquilo.
Quem nunca respondeu com "tá sujo" quando alguém elogiou o seu cabelo, ou com "nem tanto" quando comentam que a dieta te deixou mais bonita.
Saber aceitar e internalizar um elogio nem sempre é fácil. Tendemos a nos desmerecer de diversas formas.
Continuamos repetindo para nós mesmos que aquela tarefa é muito difícil ou que não temos capacidade para aprender uma segunda língua.
Saber de suas dificuldades é uma coisa. Desmerecer-se e deixar que elas te sufoquem é outra.
Demorei um tempão para aprender inglês e ainda estudo. Confesso, não tenho facilidade para aprender línguas. Só que isso não me impediu de aprender inglês e não vai me impedir de aprender italiano - me desejem sorte.
Minha perseverança superará minha dificuldade. Tenho certeza.
Que tal se, ao invés de termos uma nojentinha desmerecedora interna, criarmos uma amiga fofa-querida-do-bem, que repete em sua mente frases como "você consegue", "vai dar certo", "você é capaz", "tá linda", "um passo de cada vez e você chega lá!"
Claro que as amigas às vezes nos dizem verdades indigestas como "você não fez certo ali" ou "você não estudou como precisava."
Mas sempre com uma dose de carinho e respeito. Um aviso amável.
É assim que devemos ser com nós mesmos, nos tratando com incentivo e sobretudo um profundo respeito pelo que somos e podemos.
Se não formos carinhosos conosco, quem será?
Sejamos nossos melhores amigos.
Sempre!!!!


Achar que o seu ponto de vista é o único e o correto, é arrogância!



A maneira como enxergamos o mundo, ou seja, o nosso ponto de vista, depende de nossa rede de valores e crenças.
psicanalisedescomplicada.wordpress.com
Quando nos acostumamos a dar sem receber acabamos sentindo que dedicar-nos a nós mesmos é algo egoísta, mas nada mais longe da verdade. A troca é essencial em toda relação e toda pessoa precisa dela sendo um ser emocional.
Frequentemente nos quebramos em pedaços para manter outras pessoas completas, para não abrir feridas ou não deixar que doam nelas aquelas feridas que já têm. Fazemos isso sem nos darmos conta ou, ao menos, sem darmos…
contioutra.com|Por CONTI outra

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