sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Excessos da educação moderna que prejudicam a saúde emocional das crianças

Como pais, queremos o melhor para os nossos filhos e, geralmente, costumamos achar que, se um pouco é bom, mais será melhor. Dessa forma, acabamos colocando em prática um modelo de hiper paternidade, nos tornamos pais que obrigam seus filhos a participarem de uma infinidade de atividades que, supostamente, lhes prepararão para a vida.
Como se isso não fosse suficiente, nós enchemos seus quartos de livros, dispositivos eletrônicos e brinquedos. Na verdade, estima-se que as crianças ocidentais têm em média 150 brinquedos. É demais! E quando é demais, as crianças ficam sobrecarregadas, e, como resultado, brincam de maneira superficial, facilmente perdem o interesse nos brinquedos e em seu ambiente, acabam não desenvolvendo sua imaginação.
Portanto, segundo Payne, os quatro pilares do excesso sobre os quais se exige a educação atual das crianças são:
1. Muitas coisas
2. Excesso de opções
3. Informação demais
4. Velocidade demais
Quando as crianças são sobrecarregadas desta forma, não têm tempo para explorar, refletir e liberar as tensões diárias. Ter muitas opções acaba corroendo sua liberdade e rouba-lhes a oportunidade de se cansar, o que é essencial para estimular a criatividade e a aprendizagem pela descoberta.
Gradualmente a sociedade foi corroendo a maravilha que envolve a infância, tanto que alguns psicólogos se referem a esse fenômeno como “a guerra contra a infância”. Basta pensar que, nas últimas duas décadas, as crianças perderam uma média de 12 horas por semana de tempo livre. Até mesmo as escolas e jardins de infância têm assumido um estilo de ensino mais acadêmico.
Um estudo realizado em uma Universidade do Texas revelou que quando as crianças brincam com brinquedos bem estruturados, tornam-se adultos menos criativos em comparação com os pequenos que tiveram mais tempo livre para brincar e menos brinquedos. Na verdade, os psicólogos têm notado que a maneira moderna de brincar gera ansiedade e depressão. Obviamente, não se trata só da brincadeira mais ou menos estruturada, mas também da falta de tempo.
Simplificar a infância
A melhor maneira de proteger a infância é dizer “não” para as diretrizes que a sociedade pretende impor. Deixar que as crianças sejam apenas crianças. A melhor maneira de proteger o equilíbrio mental e emocional das crianças é educar na simplicidade. Para isso, é necessário:
– Não sobrecarregá-la de atividades extracurriculares que, a longo prazo, provavelmente não serão muito úteis.
– Deixar que tenham tempo livre para brincar, de preferência com outras crianças ou com brinquedos que estimulem a criatividade, não com brinquedos muito estruturados.
– Passar tempo de qualidade com eles é o melhor presente que os pais podem dar aos seus filhos.
– Criar um espaço tranquilo em suas vidas onde podem se refugiar do caos diário e aliviar o estresse.
– Garantir que tenham tempo suficiente de sono e descanso.
– Reduzir a quantidade de informações, cuidando para que seja compreensível e adequado a sua idade, o que envolve o uso mais racional da tecnologia.
– Simplificar o seu ambiente, apostar em menos brinquedos e se certificar de que estes realmente estimulam a sua fantasia.
– Diminuir as expectativas sobre seu desempenho, deixando que eles sejam simplesmente o que são: crianças.
Lembre-se de que as crianças têm uma vida inteira pela frente para serem adultos, então, deixe que sejam crianças e desfrutem de sua infância.

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