segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O Apego na Adoção

Quais são as variáveis que ​​influenciam o apego nos filhos adotivos?

As crianças adotadas frequentemente passam por situações que nem sempre são fáceis ou apropriadas para a sua idade, antes de morar com a sua nova família. Existem algumas experiências que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do apego. Por um lado, é mais difícil para essas crianças terem um vínculo afetivo com seus pais adotivos se tiverem experimentado experiências de maus-tratos e/ou negligências na sua família de origem ou nas instituições.
Nos nossos primeiros anos de vida, precisamos que os adultos que nos rodeiam respondam eficazmente às nossas exigências de apoio e proximidade. Pelo contrário, se eles nos negligenciam ou respondem de forma agressiva, geram desconfiança e medo por essa figura que deveria transmitir segurança, o que influenciará os nossos relacionamentos futuros.
Algo parecido acontece quando as crianças passam muito tempo em instituições de acolhimento. São muitas crianças abandonadas e esses centros nem sempre conseguem suprir as suas necessidades afetivas e psicológicas tão importantes nessa idade. Portanto, é uma variável que influencia o desenvolvimento do apego nos filhos adotivos.
“O que fizermos com as crianças, elas farão com a sociedade”. Karl Menninger 
Menino de cabelos cacheados

Quais são as características dos pais adotivos que favorecem um apego mais adequado?

Essas primeiras experiências estão fora do controle dos pais adotivos. Será que há algo que você possa fazer para ajudar os seus filhos a se desenvolverem adequadamente a nível afetivo e social? Claro que sim. No desenvolvimento do vínculo afetivo, os comportamentos e a personalidade dos pais e das mães desempenham um papel fundamental.
A fase de adaptação da criança em uma nova família pode durar um longo tempo e ser desgastante emocionalmente, demandando paciência, segurança e muito afeto por parte dos adultos. A estabilidade emocional, boa tolerância ao estresse, flexibilidade e a expressão do afeto de forma apropriada, são algumas das características dos pais que favorecerão um bom desenvolvimento do apego nas crianças adotadas. Ou seja, deverão ser pessoas maduras com um apego seguro e que também sejam capazes de ensiná-lo, tanto com indicações quanto com exemplos.
São pais que contam com recursos suficientes para enfrentar as adversidades e regular as emoções negativas de forma adaptativa, capazes de pedir ajuda se acharem necessário. Além disso, quando o fazem, não sentem que esse pedido de ajuda os torna “pais melhores ou piores” ou prejudica a sua autoestima. Graças a isso, eles são capazes de transmitir aos seus filhos a importância do gerenciamento emocional e o desempenho que pode ser obtido quando o fazemos corretamente.
Essa empatia os colocará em uma posição privilegiada: conseguirão conectar os seus filhos com a sua origem. Desta forma, favorecem uma visão mais realista dos motivos da sua adoção. Algo que é muito importante, uma vez que muitas crianças nesta situação se sentem culpadas e desvalorizadas por terem sido abandonadas. Tudo isso é essencial para que elas tenham um vínculo afetivo seguro.

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